1. Introdução

Para aqueles que não estão envolvidos diretamente com o desenvolvimento de software livre e aberto pode existir a impressão de que o mesmo se dá de forma anárquica e desorganizada, com uma grande dispersão geográfica de desenvolvedores e a falta de um processo formal de desenvolvimento e documentação. Tal dispersão, porém, é um dos fatores que leva à necessidade da utilização de ferramentas e repositórios que permitam a interatividade entre os desenvolvedores e a organização do código por eles desenvolvido. Os repositórios de código livre não restringem o acesso apenas aos desenvolvedores de cada projeto, expondo o código ao escrutínio de uma comunidade extremamente ampla, evidenciando rapidamente possíveis erros. A correção destes erros pode ser feita tanto pelos desenvolvedores do projeto quanto por colaboradores eventuais.
Um dos exemplos mais expressivos é o sistema operacional GNU/Linux que, através da Internet, foi criado de forma coletiva. CASTELLS (2003) comenta sobre este fato:


Só uma rede de centenas, milhares de cérebros trabalhando cooperativamente, com divisão de trabalho espontânea e coordenação maleável mas eficiente, poderia levar a cabo a tarefa extraordinária de criar um sistema operacional capaz de lidar com a complexidade de computadores cada vez mais interagindo por meio da Internet.

O envolvimento de empresas de tecnologia renomadas como a Sun e a IBM, respectivamente nos projetos OpenOffice.Org e Apache, que estão entre os discutidos neste artigo, também aproximou técnicas e processos tradicionais de Engenharia de Software a projetos de software livre e aberto.
Através de uma revisão bibliográfica e da verificação dos métodos e processos utilizados em alguns projetos conhecidos, este artigo procura levantar de que forma a Engenharia de Software está sendo aplicada em projetos de software livre e aberto.
Na Seção 2 serão apresentados os conceitos de software aberto e software livre. As formas de desenvolvimento adotadas em projetos de software livre, especialmente os métodos “Catedral” e “Bazar” são apresentados na Seção 3. Os processos e ferramentas utilizadas, assim como exemplos dos projetos que os utilizam, são discutidos na Seção 4. Com base nas seções anteriores, a Seção 5 busca estabelecer uma correlação entre métodos e processos de Engenharia de Software e o desenvolvimento de software livre e aberto.



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